- A proposta da PEC da Blindagem foi rejeitada no Senado em 24 de setembro de 2025, após pressão popular.
- O projeto havia sido aprovado na Câmara dos Deputados com amplo apoio.
- O cientista político Carlos Melo afirma que a aprovação na Câmara reflete o foco dos parlamentares em interesses locais.
- No Senado, a opinião pública teve mais peso, resultando na rejeição da proposta.
- A mobilização social recente pode indicar um novo cenário para a participação cidadã, após um período de fadiga nas mobilizações.
A proposta da PEC da Blindagem foi rejeitada no Senado na última quarta-feira, 24, após intensa pressão popular. O projeto, que havia recebido amplo apoio na Câmara dos Deputados, encontrou resistência na casa alta, evidenciando uma diferença significativa na dinâmica legislativa entre os dois corpos.
O cientista político e professor do Insper, Carlos Melo, analisa que a aprovação da PEC na Câmara reflete uma tendência de parlamentares priorizarem interesses locais em detrimento da opinião pública. Segundo ele, as emendas parlamentares turbinadas têm levado os deputados a focarem mais em suas bases eleitorais do que em um diálogo mais amplo com a sociedade. “O dinheiro das emendas jogaram o deputado num campo em que o curral é mais importante do que a opinião pública”, explica Melo.
No entanto, a situação no Senado é distinta. “A Câmara topa comprar esse desgaste com a população, mas o Senado não. Lá a opinião pública ainda conta,” afirma Melo. Essa diferença de postura se tornou evidente com a rejeição da PEC, que foi impulsionada por manifestações e mobilizações sociais que ganharam força nas últimas semanas.
A pressão popular, embora tenha mostrado resultados agora, levanta questões sobre a continuidade desse engajamento. Melo observa que, após escândalos como a Lava-Jato, houve uma certa fadiga nas mobilizações. Contudo, ele sugere que o recente abuso de poder na Câmara pode ter reacendido a chama da mobilização social, criando um novo cenário para a participação cidadã.