- O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, afirmou que um novo aumento da Selic não faz parte do cenário-base; a prioridade é o caminho de cortes quando houver convergência de dados.
- O BC permanece dependente de dados e busca uma comunicação sem ruídos, ressaltando que mudanças na comunicação têm propósito específico; não é fã de forward guidance.
- A meta de inflação é vista como ferramenta para gerir expectativas e trazer a inflação para a meta; o foco é chegar ao centro da meta.
- Tarifa dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros gera incerteza, com sinais de arrefecimento e percepções diversas sobre seu impacto; há tranquilidade relativa, mas ainda há dúvidas.
- As oscilações cambiais continuam desafio; há indicação de maior boa vontade europeia para cooperação e evolução na relação Brasil–Europa e Brasil–EUA.
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, afirmou que o cenário-base não prevê novo aumento da Selic. Segundo ele, não há espaço para retomada de alta e o foco passa a ser o momento de cortes, conforme convergirem os dados. A declaração ocorreu nesta terça, 25, em São Paulo, durante o Brasil Treasury Summit, promovido pela EuroFinance.
Nilton ressaltou que o BC continua dependente de dados e busca evitar ruídos na comunicação. Em suas palavras, o objetivo é afinar a comunicação para que as mensagens reflitam a evolução da economia. Ele também disse não ser fã de forward guidance, dadas as incertezas do momento.
O foco do Copom, segundo o diretor, é trazer a inflação para a meta como forma de gerir as expectativas de dívida pública. O representante destacou que o Focus aponta para o centro da meta, ainda sem alcançá-lo plenamente, o que orienta o radar de decisões.
Tarifa dos EUA é tema de incerteza. Nilton citou o impacto ainda incerto das tarifas impostas por Washington sobre produtos brasileiros, mesmo após a retirada de sobretaxas em alguns itens. A avaliação é de que o efeito econômico é complexo e de efeito ainda incerto.
Sobre o cenário externo, o diretor mencionou oscilações cambiais como desafio. Embora o ambiente externo tenha apresentado menos volatilidade em relação ao início do ano, a instituição mantém vigilância. Nilton destacou abertura europeia para cooperação e boa vontade para diálogo com outros países.