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Fortunas brasileiras somam US$ 1,5 bi destinados a Dubai

Dubai atrai 9,8 mil novos milionários em 2025; Brasil soma 30 famílias estruturadas com US$ 1,5 bilhão, apontando mudança de jurisdição e riscos regulatórios

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Por Revisado por Luiz Cesar Pimentel
Investimentos imobiliários são o principal destino dos brasileiros em Dubai
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  • A projeção da Henley & Partners indica 9,8 mil novos milionários em 2025 nos Emirados Árabes Unidos, alta de 46,3% frente a 2024.
  • O Dubai International Financial Centre registra cerca de 120 escritórios familiares que administram US$ 1,2 trilhão, com crescimento de 33% em entidades de gestão de patrimônio, 51% em fundações e 50% em fundos de hedge.
  • Brasileiros compõem fluxo relevante: US$ 1,5 bilhão estruturados por 30 famílias, ante US$ 900 milhões em 2024, alta de 66,6%.
  • Motivos apontados incluem ambiente regulatório moderno, estabilidade econômica, infraestrutura e ausência de imposto de renda para pessoa física; o Difc observa aumento de estruturas como family office, trusts e licenças associadas.
  • Principais riscos: questões da Sharia, litígios que podem ser resolvidos por autoridades em vez de tribunais, intermediários não licenciados, custos e diferenças culturais; o aporte mínimo para Golden Visa é de 2 milhões de dirhams.

Dubai segue consolidando seu papel como polo de fortunas estrangeiras, com foco em estruturas de patrimônio. Relatório da Henley & Partners aponta projeção de 9,8 mil novos milionários em 2025, alta de 46,3% frente 2024, quando estimavam 6,7 mil.

O Centro Financeiro Internacional de Dubai (Difc) confirma esse movimento. No total, 120 escritórios familiares administram cerca de US$ 1,2 trilhão. O órgão registrou crescimentos de 33% em gestão de patrimônio familiar, 51% em fundações e 50% em fundos de hedge, sem detalhar a origem dos recursos.

Brasil em Dubai

Brasileiros integram esse fluxo. A MH/Q, plataforma de patrimônio privado, aponta US$ 1,5 bilhão estruturados por famílias brasileiras. O número subiu de 18 em 2024 para 30 em 2025, com incremento de 66,6% frente ao ano anterior. A MH/Q atua apenas na estruturação, não na gestão.

O movimento é observado por gestores locais. Wilson Barcellos, CEO da Azimut Brasil Wealth Management, diz que Dubai ganha atenção de grandes famílias pelo marco regulatório, pela infraestrutura e pela segurança, aliados a oportunidades de family office, trusts e licenças associadas.

Motivações e perfis

Entre os atrativos está a ausência de imposto de renda para pessoa física e estabilidade econômica. Também pesam instrumentos de proteção patrimonial mais sofisticados, além da residência fiscal. O perfil do investidor brasileiro tem mudado, com empresários de médio porte entre US$ 20 milhões e US$ 80 milhões buscando a combinação de ambiente de negócios, proteção patrimonial e residência.

Natureza regulatória e riscos

Não se trata de paraíso fiscal, pois os Emirados cobram imposto corporativo de 9%. O governo brasileiro já retirou o Brasil da lista de jurisdições com tributação favorecida. O uso de estruturas em Dubai difere do conceito comum de family office no Brasil, apresentando funções distintas dentro de um ambiente regulado.

Cuidados legais e culturais

Especialistas destacam riscos, como a indisponibilidade de capital por longos períodos em alguns contratos, regimes da Sharia que limitam juros e práticas especulativas, e litígios que podem ser decididos por autoridades locais. Além disso, há intermediários não licenciados no mercado imobiliário e de negócios. Adotar cautela é essencial para alinhar custos, culturas e objetivos.

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