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Alta da Selic reduz tesouraria dos bancos em 12,4 bilhões

Quatro maiores bancos de varejo registram queda de R$ 12,4 bilhões na tesouraria nos primeiros nove meses, com a Selic de quinze por cento pressionando captação e crédito pré-fixado

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Por Revisado por Luiz Cesar Pimentel
Selic alta derruba resultados de tesouraria dos bancos, que perdem mais de R$ 12 bi | Instituições dizem que há um descompasso entre crédito e depósitos, e que as carteiras de crédito passam a ter um custo de carregamento maior quando os juros sobem
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  • Quatro maiores bancos de varejo listados em bolsa tiveram queda de R$ 12,4 bilhões na tesouraria nos primeiros nove meses deste ano.
  • A queda é atribuída aos juros altos, com a Selic a 15% ao ano, elevando custos de captação e reprecificação de crédito, principalmente em carteiras de automóveis e imóveis.
  • O descompasso entre crédito pré-fixado e depósitos atrelados à Selic explica parte do resultado negativo, já que o custo de carregamento aumenta com a alta de juros.
  • O Itaú Unibanco protege parte do balanço com hedge cambial e elevou o guidance para resultados com mercado de até R$ 3,5 bilhões em 2025.
  • O Banco do Brasil também registra resultados no exterior na linha de tesouraria, com maior dependência de depósitos a prazo e reduzir atratividade da poupança diante da alta de juros.

Nos primeiros nove meses deste ano, os resultados de tesouraria dos quatro maiores bancos de varejo listados em bolsa do Brasil recuíram em conjunto em R$ 12,4 bilhões. A queda é atribuída à alta da taxa Selic, mantida em 15% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas desde junho.

O descompasso entre crédito pré-fixado e depósitos atrelados à Selic é apontado como principaldriver. Parte significativa do crédito de varejo é pré-fixado, enquanto os depósitos pagam juros que variam conforme a Selic, elevando o custo de carregamento de carteiras de financiamento, sobretudo automóveis e imóveis.

Mercados com operações no exterior sentem impacto cambial. O Itaú Unibanco utiliza proteções cambiais, dada a exposição em Chile e Colômbia, mas mesmo assim elevou seu guidance para Resultados com Mercado (R$), projetando até R$ 3,5 bilhões em 2025. O CEO Milton Maluhy ressaltou que a margem com mercado permanece forte.

O Banco do Brasil também registra efeitos na tesouraria decorrentes de atuação internacional, incluindo a participação no Patagonia, na Argentina. Dados apontam maior dependência de depósitos a prazo para financiar a base de captação, conforme a população reduz poupança diante de juros elevados.

A Moody’s indica que o cenário de juros elevados reduz a atratividade da poupança e pressiona a rentabilidade das tesourarias. Executivos ouvidos pela Bloomberg destacam que a remuneração de crédito e de depósitos está mais sensível a ciclos de alta da taxa.

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