- A economia brasileira enfrenta um desafio de baixa produtividade, que limita seu crescimento desde os anos 1980.
- Entre 1980 e 2011, a produtividade contribuiu apenas com 3% do crescimento acumulado do país, segundo o economista Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset Management.
- O Brasil depende de um crescimento baseado no consumo, o que gera limitações fiscais e pressões inflacionárias.
- Para melhorar a produtividade, é necessário focar em cinco fatores: capital humano, ambiente regulatório, infraestrutura, inovação e estabilidade macroeconômica.
- A disciplina fiscal é importante, mas não é suficiente para garantir um crescimento sustentável; é essencial priorizar a produtividade em todas as suas dimensões.
A economia brasileira enfrenta um desafio persistente: a baixa produtividade, que tem limitado seu crescimento desde os anos 1980. De acordo com o economista Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset Management, entre 1980 e 2011, a produtividade contribuiu apenas com 3% do crescimento acumulado do país. Essa situação se agrava ao compararmos o Brasil com nações como a Coreia do Sul, que, apesar de ter níveis de produtividade semelhantes nas décadas de 1960, hoje apresenta índices muito superiores.
A falta de avanços significativos em produtividade leva o Brasil a depender de um crescimento baseado no consumo, que logo enfrenta limitações fiscais e pressões inflacionárias. A discussão sobre o salário mínimo, embora relevante para a redução da desigualdade, pode gerar tensões adicionais se não for acompanhada por aumentos de produtividade, elevando custos e estimulando a informalidade.
Fatores Essenciais para a Produtividade
Para reverter esse quadro, é crucial estabelecer uma agenda focada em produtividade. Os principais determinantes incluem:
1. Capital humano: A qualidade da educação é fundamental. Exemplos de estados como Pernambuco e Ceará mostram que políticas consistentes podem transformar resultados escolares.
2. Ambiente regulatório: A previsibilidade e a redução da burocracia são essenciais para incentivar investimentos.
3. Infraestrutura: Melhorias em estradas, portos e redes de dados são necessárias para aumentar a competitividade.
4. Inovação: O Brasil deve fortalecer políticas que incentivem a pesquisa e a adoção de tecnologias.
5. Estabilidade macroeconômica: A volatilidade da inflação e das contas públicas prejudica a confiança dos investidores.
Embora o debate atual se concentre na sustentabilidade fiscal, é necessário resgatar uma agenda mais ampla que priorize a produtividade. A disciplina fiscal é importante, mas não suficiente para garantir um crescimento sustentável. A verdadeira transformação econômica depende de um compromisso com a produtividade em todas as suas dimensões.
