- Teotihuacan dominou grande parte do México Central entre o século I a.C. e o século V d.C., com mais de 125 mil habitantes no auge e as pirâmides do Sol e da Lua.
- Os glifos deixados pela civilização ainda não foram decifrados de forma conclusiva, o que mantém dúvidas sobre o idioma e o povo da cidade-estado.
- Um estudo publicado na revista Current Anthropology sugere que a língua de Teotihuacan seria uma antiga língua uto-asteca, que daria origem a línguas como o náuatle.
- Pesquisadores reconstruíram uma árvore genealógica para essa família linguística, com base em línguas descendentes como náuatle e huichol, para tentar interpretar os hieróglifos teotihuacanos.
- Ainda sem decifração completa, os cientistas ressaltam que há poucos registros de Teotihuacan (cerca de 300), o que complica a leitura dos símbolos e a compreensão da cultura.
Teotihuacan, cidade-Estado que dominou grande parte do México Central entre os séculos 1 a.C. e 5 d.C., continua cercada por mistérios. A população chegou a cerca de 125 mil pessoas, e as Pirâmides do Sol e da Lua são símbolos marcantes do complexo urbano. A linguagem falada pelos teotihuacanos permanece desconhecida até hoje, com apenas cerca de 300 registros.
Um estudo recente, publicado na revista Current Anthropology, sugere que a língua de Teotihuacan pode pertencer a uma família uto-asteca ancestral. Os pesquisadores Magnus Pharao Hansen e Christophe Helmke reconstruíram uma árvore genealógica linguística baseada em descendentes modernos, como o náuatle e o huichol, para propor leituras dos hieróglifos atribuídos à cidade antiga.
Contribuição científica
A equipe admite que a leitura definitiva dos símbolos ainda não foi alcançada. O objetivo é usar a língua reconstruída como ferramenta para interpretar possíveis significados de termos nos glifos, incluindo palavras como pedra, montanha e amarelo. A hipótese não determina com certeza que Teotihuacan tenha originado os astecas, mas aponta a possibilidade de laços linguísticos.
Dificuldades e perspectivas
Os pesquisadores destacam o desafio de ler os hieróglifos devido à escassez de registros teotihacanos, que somam cerca de 300. Em contraste, línguas mesoamericanas como o maia e o náuatle contam com milhares de textos, o que facilita a decifragem. Ainda assim, a abordagem oferece um caminho para novas leituras e para aprofundar o entendimento sobre a população da antiga Teotihuacan.
Implicações históricas
Caso a reconstrução linguística se aprofunde, pode contribuir para esclarecer não apenas a identidade linguística dos teotihuacanos, mas também a compreensão mais ampla das culturas mesoamericanas. A pesquisa enfatiza que o avanço depende da continuidade de dados arqueológicos e da compatibilização com evidências históricas.