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Imensa obra de terra pré-Maya no México seria mapa do cosmos, dizem arqueólogos

Aguada Fénix, vasto complexo cerimonial de Tabasco, pode representar um cosmograma antigo, com construção entre 1050 e 700 a.C. e alinhamento solar

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Por Revisado por Luiz Cesar Pimentel
Takeshi Inomata and his colleagues first found clues of Aguada Fénix in 2017 using Lidar, or light detection and ranging, which uses lasers from an airplane flown overhead to scan through jungle and forest to create 3D maps of human-made structures Image courtesy Takeshi Inomata/University of Arizona
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  • Estudo publicado na Science Advances afirma que Aguada Fénix, no sul do México, é um vasto complexo cerimonial com cerca de 9 km por 7,5 km, construído entre 1050 a.C. e 700 a.C., usando canais, causeways e passagens alinhados em cruz.
  • A área monumental foi identificada com uso de varredura Lidar, que penetra a vegetação, e confirma a disposição em direções cardeais e de observação solar.
  • O conjunto central inclui uma praça com artefatos de jade, pedras verdes, pigmentos e cerâmicas posicionados de forma deliberada; um jade que representa parto sugere rituais de renascimento.
  • O alinhamento com pontos de nascer do sol marca um calendário de 260 dias, utilizado posteriormente por Maias e Astecas, indicando função cosmológica.
  • Ainda que haja debates entre arqueólogos sobre classificar Aguada Fénix como cosmograma, a pesquisa mostra como grandes obras cerimoniais já expressavam ideias cosmológicas antes de estruturas políticas complexas.

Aguada Fénix, um complexo cerimonial milenar na selva do sul do México, ganha nova dimensão com estudo publicado na Science Advances. Pesquisadores, usando Lidar e escavações, identificaram uma área monumental de cerca de 9 km por 7,5 km, com canais, vias e cruzamentos alinhados a direções solares.

O estudo aponta construção entre 1050 a.C. e 700 a.C., evidenciada por uma praça central e artefatos como jade, ornamentos de pedra verde e cerâmicas. O complexo está posicionado para observações solares que marcariam o calendário rituais de cerca de 260 dias.

Segundo os autores, o alinhamento com nasceres aponta forte relação com ciclos solares. A hipótese é de que Aguada Fénix funcionava como cosmograma, mapa do cosmos em forma monumental, usado para reuniões comunitárias.

A equipe, liderada por Takeshi Inomata, da Universidade do Arizona, utilizou varredura a laser para penetrar a cobertura florestal e mapear a infraestrutura. A geografia registra canais, calçadões e corredores, em padrão que sugere uso público e ritualístico.

Escavações na praça central revelaram itens com significado ritual, incluindo jade. A presença de uma figura feminina em parto entre as peças pode simbolizar fertilidade e renascimento, reforçando a leitura cerimonial do conjunto.

Especialistas não diretamente envolvidos no estudo comentaram sobre a definição de cosmograma. Um professor questionou a autoria da designação, pedindo métodos mais claros para identificar um cosmograma e distinguir o conceito.

Outros pesquisados, porém, elogiaram a análise; um docente afirmou que a descoberta é significativa e fruto de trabalho cuidadoso, contribuindo para entender como sociedades pré-dinásticas moldaram monumentos com ideias cosmológicas.

Os pesquisadores destacam ainda que, embora haja água de um lago próximo, não houve evidência de irrigação ampla. Dessa forma, o objetivo do complexo parece ter sido simbólico, não meramente utilitário.

Codificados na estrutura, os gestos arquitetônicos e as orientações complexas do sítio mostram como comunidades mesoamericanas expressavam crenças compartilhadas antes de layout de poder dinástico, conforme o estudo publicado.

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