- Real Madrid propõe mudar o modelo de propriedade para permitir investimento externo via criação de uma empresa subsidiária com acionista minoritário de cerca de 5%, mantendo o controle nas mãos dos sócios.
- O clube não pretende abrir capital na bolsa; o objetivo é valorizar o clube e proteger a instituição de influências externas, mantendo a maioria nas mãos dos quase 100 mil sócios.
- Será realizada uma assembleia extraordinária com aproximadamente dois mil sócios compromissários para aprovação de um referendo entre todos os sócios maiores de dezoito anos.
- No novo modelo, cada sócio teria uma ação, com transmissão limitada a filhos ou netos; o investidor receberia dividendos, mas não teria direito a voto.
- O presidente Florentino Pérez afirma que a mudança busca preservar a tradição do clube e proteger contra pressões externas, com mais detalhes a serem apresentados na assembleia.
O Real Madrid apresentou uma proposta de mudança estrutural que permitiria a entrada de investimento externo pela primeira vez desde a fundação, em 1902. A ideia envolve a criação de uma empresa subsidiária com um acionista minoritário de cerca de 5%, mantendo o controle nas mãos dos quase 100 mil sócios do clube. A transparência financeira e a proteção aos valores do madridismo são destaques do projeto.
Durante a assembleia anual, o presidente Florentino Pérez informou que o clube não pretende abrir capital na bolsa, e que qualquer investidor deverá atuar para defender a instituição. O objetivo é valorizar o clube e blindá-lo contra pressões externas, mantendo a gestão sob liderança dos sócios.
Será convocada uma assembleia extraordinária com aproximadamente 2 mil sócios compromissários. Eles decidirão se o tema avança para um referendo com todos os sócios maiores de 18 anos. A aprovação é necessária para dar andamento ao processo.
Estrutura e condições do novo modelo
A proposta prevê que cada sócio tenha uma única ação, com valor monetário, passível de transmissão apenas a filhos ou netos. O investidor receberia dividendos, mas não teria direito a voto. Os sócios manteriam a eleição do presidente e a definição de mudanças no estatuto.
Pérez ressaltou que mais detalhes serão apresentados na assembleia extraordinária e que o objetivo é evitar especulações. A discussão envolve também como equilibrar participação financeira com o controle institucional do clube.
Contexto e pontos de debate
A mudança seria diferente da usual Sociedade Anônima Desportiva adotada por outros clubes espanhóis. O modelo buscado pelo Real Madrid mantém o controle societário, ao mesmo tempo em que abre uma via para valorização de ativos. O desdobramento dependerá do referendo entre os sócios maiores de 18 anos.