- O termo kin-dom surge como alternativa a “Reino de Deus” para enfatizar convivência entre parentes, buscando afastar estruturas de dominação e hierarquia masculina.
- A ideia aparece pela primeira vez em 1996, no livro Mujerista Theology, de Ada María Isasi-Díaz, e ganhou forma com a freira Georgene Wilson.
- A palavra ganhou atenção nos EUA durante a Conferência Geral da Igreja Metodista Unida, citada pela bispa Karen Oliveto, e já é mencionada por veículos de igrejas progressistas, inclusive na Igreja Presbiteriana (EUA).
- Defensores dizem que o termo ajuda a comunicar justiça social e comunidades de fé, enquanto críticos, como Wyatt Flicker, argumentam que troca descaracteriza o ensino de Jesus ao enfatizar vínculos familiares em vez de autoridade real de Cristo.
- No Brasil, o kin-dom ainda é pouco usado, mas o debate já sinaliza mudanças de vocabulário e visão teológica em torno de inclusão, justiça e leituras não patriarcais da fé.
Nos Estados Unidos, parte de igrejas progressistas tem adotado o termo “kin-dom” em vez de “Reino de Deus”. A mudança busca substituir a ideia de um reino governado por um monarca por uma noção de comunidade de parentesco, com foco em relações horizontais. A expressão surgiu na prática religiosa para discutir justiça social e convivência entre fiéis, sem a conotação de dominação masculina.
A ideia tem raízes históricas: o conceito foi formulado pela primeira vez em 1996, no livro Mujerista Theology, de Ada María Isasi-Díaz. A freira franciscana Georgene Wilson consolidou o termo, afirmando que ele descreve Deus relacional no aqui e agora e uma comunidade de irmãos e irmãs unida pelo amor divino. Ela acredita que a linguagem busca ampliar a leitura da fé.
Historiadores e teólogas associadas ao cristianismo progressista defendem que o vocábulo evita referências históricas de poder masculino que acompanham o termo tradicional. Já críticos conservadores argumentam que substituir o Reino por kin-dom descaracteriza o ensino de Jesus. A discussão ganhou força durante a Conferência Geral da Igreja Metodista Unida, com menções ao tema por líderes e veículos de igrejas amigas.
Expansão e debate
O termo já circula em comunidades protestantes, inclusive no Brasil, alimentando controvérsia sobre leitura bíblica e linguagem teológica. Em áreas brasileiras, o Kin-dom aparece como parte de debates sobre inclusão, justiça social e leituras não patriarcais da fé. O debate levanta questões sobre como comunicar a fé às próximas gerações e sobre equilíbrio entre contextualização cultural e fidelidade textual.