- A imagem pública dos evangélicos é influenciada pela política dos EUA, apesar de o movimento crescer globalmente e já somar entre 450 milhões e 1 bilhão de fiéis; a Aliança Evangélica Mundial estima cerca de 650 milhões.
- A participação evangélica deverá chegar a 60%–75% até 2050, com expansão na África, América Latina e partes da Ásia, alterando a composição mundial.
- O crescimento é impulsionado por conversões e migração, remodelando igrejas europeias e incluindo comunidades em Kiev.
- Há preocupação com o peso da política norte‑americana na imagem global do movimento e com a defesa da separação entre igreja e Estado na Europa.
- A Aliança Evangélica Mundial, presente em mais de 140 países, enfrenta desafios financeiros e organizacionais, mas vê renovação entre as novas gerações.
A imagem pública dos evangélicos no mundo tem sido moldada de forma desproporcional pela política norte‑americana, mesmo com o movimento em expansão global, especialmente fora do Ocidente. A avaliação é do historiador e líder austríaco Frank Hinkelmann, em entrevista ao podcast Evangelical 360.
Segundo Hinkelmann, o evangelicalismo deixou de ser um fenômeno regional para ganhar expressão transdenominacional e interconfessional. Ele aponta que o número de fiéis passou de cerca de 90 milhões em 1960 para faixas que variam entre 450 milhões e 1 bilhão atualmente, com a Aliança Evangélica Mundial estimando cerca de 650 milhões.
A expansão ocorre principalmente na África, na América Latina e em partes da Ásia, que já concentram mais de 60% dos evangélicos, cenário que pode chegar a 75% até 2050. O crescimento combina conversões e migração, e já se observa impacto em comunidades como Kiev.
Hinkelmann destacou que o peso da guerra cultural promovida por determinados setores nos Estados Unidos distorce a percepção global do movimento. Ele aponta que muitos fiéis europeus rejeitam vincular a identidade evangélica a agendas nacionais, defendendo separação entre Igreja e Estado.
O historiador também ressaltou que a Aliança Evangélica Mundial opera como rede descentralizada, presente em mais de 140 países, mas enfrenta desafios financeiros e organizacionais para manter sua atuação. Mesmo diante disso, vê potencial de renovação entre as novas gerações.
Para ele, jovens evangélicos tendem a valorizar comunidades saudáveis, cooperação e missão, menos ligados a rótulos denominacionais. Ele recomenda ampliar horizontes por meio de viagens, intercâmbio cultural e participação em iniciativas internacionais para compreender a dimensão global do cristianismo.
A entrevista foi publicada no Evangelical 360, com informações também acompanhadas pela Christian Today.