- O projeto MultiplexAI transforma microscópios convencionais em dispositivos de diagnóstico instantâneo acessíveis por smartphones.
- A iniciativa, com apoio de instituições europeias e africanas, visa democratizar diagnósticos em regiões remotas e com poucos recursos.
- Um adaptador impresso em 3D permite que a câmera do smartphone capture imagens de amostras de sangue analisadas pelo microscópio.
- O projeto, financiado pela União Europeia com um orçamento de cinco milhões de euros, será implementado em centros na Nigéria, Moçambique, Costa do Marfim, Etiópia, Itália e Espanha nos próximos três anos e meio.
- A tecnologia busca criar a maior base de dados de imagens de parasitas do mundo, melhorando a eficácia dos diagnósticos e aumentando a visibilidade de doenças negligenciadas.
O projeto MultiplexAI está transformando a forma como doenças tropicais negligenciadas, como a malária e a filariose, são diagnosticadas. Com a colaboração de instituições europeias e africanas, a iniciativa utiliza tecnologia espanhola para converter microscópios convencionais em dispositivos de diagnóstico instantâneo, acessíveis através de smartphones. O objetivo é democratizar o acesso a diagnósticos em regiões remotas e com poucos recursos.
A inovação consiste em um simples adaptador impresso em 3D que permite que a câmera do smartphone capte imagens de amostras de sangue analisadas pelo microscópio. Em segundos, um algoritmo de inteligência artificial identifica as condições visíveis. Miguel Luengo-Oroz, CEO da SpotLab, destaca que a tecnologia pode transformar milhões de microscópios em dispositivos inteligentes, oferecendo diagnósticos confiáveis em qualquer lugar.
Impacto nas Comunidades
O projeto, financiado pela União Europeia com um orçamento de cinco milhões de euros, será implementado em centros de Nigéria, Moçambique, Costa do Marfim, Etiópia, Itália e Espanha nos próximos três anos e meio. A Dra. Gloria Dada Chechet, da Universidade Ahmadu Bello, ressalta que a tecnologia pode revolucionar o diagnóstico em países com sistemas de saúde frágeis, onde a escassez de profissionais qualificados limita a capacidade de resposta.
Além de ser acessível, a tecnologia não requer grandes infraestruturas, laboratórios ou conexão à internet. Isso permite que seja utilizada em hospitais e comunidades remotas. O diretor geral do ISGlobal, Quique Bassat, afirma que a ferramenta democratiza o conhecimento médico, permitindo que clínicos e trabalhadores de campo realizem diagnósticos precisos.
Coleta de Dados e Conscientização
Um dos objetivos do MultiplexAI é criar a maior base de dados de imagens de parasitas do mundo, que ajudará a treinar os algoritmos para identificar padrões invisíveis ao olho humano. Essa abordagem não só melhora a eficácia dos diagnósticos, mas também aumenta a visibilidade de doenças frequentemente negligenciadas. A Dra. Dada Chechet observa que a geração de dados permitirá que governos e responsáveis por políticas de saúde reconheçam as reais condições de saúde de suas populações.
A tecnologia também busca corrigir a tendência de substituir a microscopia por testes rápidos, que muitas vezes são limitados a doenças específicas. Com o MultiplexAI, é possível analisar uma amostra e identificar múltiplas condições, ampliando as possibilidades de tratamento e controle de doenças tropicais.