- A Receita Federal e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) desmantelaram uma rede de lavagem de dinheiro ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) na Operação Spare, realizada em 25 de setembro de 2025.
- A operação revelou que cerca de 60 motéis, registrados em nomes de laranjas, movimentaram R$ 450 milhões entre 2020 e 2024, servindo como fachada para ocultar recursos ilícitos.
- Foram identificados também 267 postos de combustíveis com movimentações suspeitas totalizando R$ 4,5 bilhões no mesmo período, com apenas 0,1% do total declarado em tributos federais.
- O empresário Flávio Silvério Siqueira, conhecido como Flavinho, é apontado como líder do esquema de venda de combustíveis adulterados.
- A operação cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em várias cidades, com a participação de 64 servidores da Receita Federal e 28 do MP-SP.
A Receita Federal e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) desmantelaram uma rede de lavagem de dinheiro ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) durante a Operação Spare, realizada nesta quinta-feira, 25. A ação revelou que cerca de 60 motéis, registrados em nomes de laranjas, movimentaram R$ 450 milhões entre 2020 e 2024, servindo como fachada para ocultar recursos ilícitos.
As investigações, que se desdobram da Operação Carbono Oculto, também identificaram 267 postos de combustíveis com movimentações suspeitas que totalizam R$ 4,5 bilhões no mesmo período. Esses estabelecimentos apresentaram indícios claros de lavagem de dinheiro, com apenas 0,1% do total movimentado sendo declarado em tributos federais.
Estrutura do Esquema
Os motéis e postos de combustíveis foram utilizados para aumentar o patrimônio dos sócios envolvidos com o crime organizado. A Receita Federal destacou que, entre 2020 e 2024, os motéis emitiram apenas R$ 550 milhões em notas fiscais, enquanto distribuíram R$ 88 milhões em lucros e dividendos. Um dos CNPJs de motéis adquiriu um imóvel de R$ 1,8 milhão em 2021 e outro, um de R$ 5 milhões em 2023.
O empresário Flávio Silvério Siqueira, conhecido como Flavinho, é apontado como o líder do esquema de venda de combustíveis adulterados. As investigações revelaram que ele e seus associados utilizavam uma complexa rede de empresas para movimentar grandes quantias de dinheiro sem a devida declaração.
Ação e Resultados
A Operação Spare cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em várias cidades, incluindo São Paulo e Santo André. Participaram da ação 64 servidores da Receita Federal e 28 do MP-SP, além de policiais militares. Durante as investigações, foram encontradas conexões com outras operações de combate ao crime organizado, como a Carbono Oculto e a Rei do Crime.
Além disso, a Receita Federal intensificou o combate a fraudes em importações, realizando a Operação Cadeia de Carbono, que resultou na apreensão de cargas de petróleo no Porto do Rio de Janeiro, avaliadas em R$ 240 milhões. O órgão reafirmou seu compromisso em garantir a regularidade das importações e combater a sonegação de tributos.