- O governo dos Estados Unidos anunciou um aumento na taxa de solicitação de vistos H-1B para trabalhadores estrangeiros qualificados, que passará a ser de US$100.000.
- A medida foi divulgada em 19 de setembro e entra em vigor para aplicações feitas após 21 de setembro.
- O aumento representa uma elevação de até 26 vezes em relação aos valores atuais, que costumam ser de alguns milhares de dólares.
- Especialistas alertam que a mudança pode dificultar a contratação de talentos internacionais, afetando pesquisas e cursos nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).
- Universidades e instituições de pesquisa expressam preocupação com os custos elevados e a possibilidade de não serem isentas da nova taxa, o que pode impactar a força de trabalho acadêmica no país.
O governo dos EUA, sob a administração de Donald Trump, anunciou um aumento significativo na taxa de solicitação de vistos H-1B, elevando-a para US$100.000. A medida, divulgada em 19 de setembro, visa restringir a entrada de trabalhadores estrangeiros qualificados, impactando diretamente universidades e instituições de pesquisa.
A nova taxa, que entra em vigor para aplicações feitas após 21 de setembro, representa um aumento de até 26 vezes em relação aos valores atuais, que costumam ser de alguns milhares de dólares. Especialistas temem que essa mudança dificulte a contratação de talentos internacionais, prejudicando projetos de pesquisa e a oferta de cursos em áreas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).
O presidente Trump justificou a medida afirmando que a “abuso” dos vistos H-1B contribui para a saturação do mercado de trabalho, afetando salários e condições de trabalho para cidadãos americanos. Ele também classificou os vistos como uma “ameaça à segurança nacional”, alegando que desencorajam cidadãos dos EUA a seguir carreiras em STEM.
Impactos nas Universidades
Universidades estão preocupadas com a possibilidade de não serem isentas da nova taxa. A American Council on Education (ACE) busca esclarecimentos sobre a aplicação da medida. Sarah Spreitzer, representante da ACE, destacou que instituições de ensino podem enfrentar dificuldades financeiras para arcar com os custos elevados, o que pode resultar na suspensão de cursos e na interrupção de pesquisas.
Dados do National Center for Science and Engineering Statistics indicam que, em 2022, mais de 56% dos 62.750 pesquisadores pós-doutorais nos EUA possuíam algum tipo de visto temporário. A medida pode, portanto, afetar significativamente a força de trabalho acadêmica e de pesquisa no país.
A situação é ainda mais crítica considerando que o Departamento de Segurança Interna dos EUA concede um máximo de 85.000 vistos H-1B anualmente, com universidades e organizações de pesquisa sem fins lucrativos isentas desse limite. A incerteza sobre a aplicação das novas taxas gera um clima de apreensão entre pesquisadores e instituições, que dependem de talentos internacionais para manter sua competitividade e inovação.
