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Ferramentas de IA resgatam dados climáticos antigos para aprimorar modelos de previsão

Derrick Muheki digitaliza arquivos meteorológicos na República Democrática do Congo e melhora a precisão de dados climáticos históricos para pesquisa

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Por Revisado por Luiz Cesar Pimentel
Milhares de documentos em papel nos arquivos meteorológicos da República Democrática do Congo estão sendo digitalizados (Foto: Reprodução)
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  • Derrick Muheki digitalizou milhares de documentos meteorológicos na República Democrática do Congo.
  • Ele desenvolveu a ferramenta MeteoSaver, que alcançou 90% de precisão na transcrição de dados históricos.
  • A digitalização é essencial para preencher lacunas sobre mudanças climáticas, já que muitos países ainda têm registros em papel.
  • Muheki enfrentou desafios logísticos significativos para acessar os arquivos em Yangambi, incluindo viagens por rio e estrada.
  • Seu trabalho contribui para a recuperação de dados climáticos históricos, fundamentais para entender as mudanças climáticas na região.

Derrick Muheki, um cientista climático, digitalizou milhares de documentos meteorológicos na República Democrática do Congo (RDC), desenvolvendo a ferramenta MeteoSaver, que alcançou 90% de precisão na transcrição de dados históricos. Essa iniciativa é crucial para preencher lacunas de informações sobre mudanças climáticas.

A digitalização de arquivos meteorológicos é uma necessidade global, pois muitos países ainda possuem registros em papel, dificultando o acesso a dados históricos. A falta dessas informações impacta a compreensão das mudanças climáticas e a previsão de eventos extremos. Muheki enfrentou desafios logísticos significativos para acessar os arquivos da RDC, que contêm registros desde a independência do país em 1960.

Desafios Logísticos

Para chegar ao Yangambi, onde estão os arquivos, Muheki viajou de Kinshasa a Kisangani, navegou pelo Rio Congo e percorreu estradas de terra de moto. Durante dois meses, ele escaneou mais de 9.000 páginas de registros meteorológicos, utilizando uma câmera digital alimentada por baterias, já que a unidade não possui conexão com a rede elétrica nacional. Para facilitar a comunicação, aprendeu algumas palavras em Lingala, uma das línguas locais.

Após a digitalização, Muheki começou a extrair dados utilizando o MeteoSaver, uma ferramenta que ele mesmo desenvolveu. Inicialmente, a precisão da transcrição era de 75%, mas com ajustes e treinamento, essa taxa subiu para 90%. Os dados obtidos são essenciais para entender como as condições climáticas mudaram ao longo do tempo na segunda maior floresta tropical do mundo.

Impacto na Pesquisa Climática

O trabalho de Muheki é parte de um esforço maior para recuperar dados climáticos históricos, que são fundamentais para modelar as mudanças climáticas. Wim Thiery, seu orientador na Vrije Universiteit em Bruxelas, destaca que a falta de informações sobre temperaturas passadas resultou em uma lacuna significativa no relatório de 2021 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

Outros países também enfrentam desafios semelhantes na digitalização de registros meteorológicos. Ed Hawkins, cientista climático da Universidade de Reading, observa que muitos arquivos ainda permanecem em papel, dificultando a análise de dados climáticos. A evolução das ferramentas de aprendizado de máquina, como o MeteoSaver, promete acelerar a recuperação desses registros históricos, representando uma revolução na preservação de dados climáticos essenciais.

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