18 de jul 2025
Abipesca solicita crédito a Lula para enfrentar aumento nas tarifas
Eduardo Lobo, presidente da Abipesca, pedirá a Lula uma linha de crédito de até R$ 900 milhões para enfrentar nova tarifa dos EUA.

Eduardo Lobo, presidente da Abipesca, diz que setor tem dependência do mercado americano: 'Não tem plano B' (Foto: Acervo Abipesca)
Ouvir a notícia:
Abipesca solicita crédito a Lula para enfrentar aumento nas tarifas
Ouvir a notícia
Abipesca solicita crédito a Lula para enfrentar aumento nas tarifas - Abipesca solicita crédito a Lula para enfrentar aumento nas tarifas
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Eduardo Lobo, solicitará ao presidente Lula uma linha de crédito entre R$ 800 milhões e R$ 900 milhões. O objetivo é mitigar os impactos da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. A proposta será apresentada nesta sexta-feira e inclui um período de carência de seis meses para os exportadores.
Lobo destaca que, com esse financiamento, o setor poderá enfrentar a taxação por 90 a 120 dias. Ele também pedirá a intervenção de Lula nas negociações para reabrir o mercado europeu, que está fechado desde 2017 devido a questões sanitárias. Atualmente, 70% do pescado brasileiro é destinado ao mercado americano, e a nova tarifa pode prejudicar 35 indústrias e 20 mil trabalhadores, incluindo pescadores artesanais.
Desafios do Setor
O executivo explica que, apesar da perecibilidade do produto, o principal problema é a falta de capital de giro para manter estoques. Com a nova taxa, as indústrias podem ser forçadas a reduzir a produção, afetando toda a cadeia produtiva. Lobo ressalta que, se a tarifa entrar em vigor, os Estados Unidos poderão optar por produtos de países como República Dominicana, Jamaica e México, que oferecem preços mais baixos.
A reabertura do mercado europeu é considerada essencial para reduzir a dependência do mercado americano. Lobo afirma que os problemas de rastreabilidade já foram superados e que a reabertura poderia ser negociada antes da auditoria da União Europeia, prevista para os próximos 12 meses. Ele acredita que, se Lula priorizar o assunto, as negociações poderão avançar mais rapidamente.
Perspectivas Futuras
Lobo também menciona que a adaptação dos produtos para o mercado europeu exigirá um prazo adicional de 90 dias. A produção voltada para o mercado interno não é uma alternativa viável, pois os preços não seriam competitivos. O setor está bem abastecido, e a venda de produtos como lagosta no mercado interno não seria rentável.
A situação do setor de pescados é crítica, e a urgência nas ações do governo é fundamental para garantir a sobrevivência das indústrias e dos trabalhadores envolvidos.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.