Renault vê ações despencarem 17% após revisão de projeções e mudança de CEO

As ações da Renault sofreram uma queda acentuada de 17% nesta quarta-feira, 16, após a montadora francesa revisar suas projeções financeiras para 2025 e anunciar a saída inesperada do CEO Luca de Meo. Os papéis, negociados em Paris, atingiram a mínima de 52 semanas, marcando o pior desempenho diário desde março de 2020.

Em comunicado, a Renault informou que a nova previsão para a margem operacional é de cerca de 6,5% para este ano, abaixo da meta anterior de 7%. A expectativa de geração de caixa livre também foi reduzida, passando de € 2 bilhões ou mais para um intervalo entre € 1 bilhão e € 1,5 bilhão. Apesar de ter se destacado em relação a concorrentes europeus, a montadora enfrenta desafios como a demanda fraca na Europa e a crescente concorrência da indústria chinesa.

Mudança na Liderança

A transição de liderança também impactou negativamente os papéis. Duncan Minto, atual diretor financeiro, foi nomeado CEO interino após a saída de Luca de Meo, que esteve à frente da empresa por cerca de cinco anos. Minto compartilhará a gestão com Jean-Dominique Senard, que assumirá como presidente da Renault s.a.s., a unidade operacional do grupo.

Analistas reagiram com cautela. O Deutsche Bank reduziu o preço-alvo das ações de € 55 para € 47, ressaltando que, embora a nova margem ainda seja competitiva, o alerta de lucro prejudica a confiança dos investidores. A Renault deve divulgar seus resultados semestrais no dia 31 de julho.

Impacto no Setor

A notícia também afetou outras montadoras europeias. As ações da Stellantis caíram 4%, enquanto os papéis da Volkswagen perderam 2%. A situação da Renault reflete um momento desafiador para a indústria automotiva na Europa, que busca se adaptar a um mercado em rápida transformação.