15 de jul 2025
Produtores brasileiros enfrentam impactos da taxação imposta pelos EUA
Produtores brasileiros de pescados e citros enfrentam crise com taxação de 50% nas exportações para os EUA. Governo cria comitê para contramedidas.

Setores de pescados e cítricos apontam primeiros impactos de medidas de Trump (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
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Produtores brasileiros enfrentam um cenário desafiador com a taxação de 50% sobre exportações para os Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump, que entra em vigor em 1º de agosto. O setor de pescados é um dos mais afetados, com a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) relatando a perda de compradores para 58 contêineres de pescados, totalizando 1.160 toneladas. O diretor executivo da Abipesca, Jairo Gund, destacou que os EUA representam 70% do mercado externo brasileiro de pescado.
Os embarques que seriam realizados em agosto já estão sob a nova tarifa, levando os compradores a suspenderem as compras. Gund enfatizou que a lagosta, um dos principais itens de exportação, é produzida por comunidades tradicionais e de baixa renda, que agora enfrentam dificuldades diretas. A Abipesca busca adiar a taxação em 90 dias para permitir o escoamento da produção já contratada e pleiteia a exclusão dos pescados das tarifas, considerando que o Brasil representa menos de 1% das importações americanas.
Reuniões e Ações do Governo
O governo brasileiro, por sua vez, criou um Comitê Interministerial para discutir contramedidas e proteger a economia nacional. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a formação do comitê, que terá como objetivo ouvir os setores empresariais e detectar as implicações da nova tarifa. A primeira reunião ocorreu nesta terça-feira, 15, com representantes da indústria, seguida por uma segunda reunião com o agronegócio.
Além do setor de pescados, os produtores de cítricos também estão em alerta. O presidente da Câmara Setorial da Citricultura de São Paulo, Antonio Carlos Simonetti, ressaltou a importância de aguardar as ações do governo antes de tomar decisões. O Brasil é o maior fornecedor de suco de laranja para os EUA, que absorvem mais de 40% das exportações brasileiras.
Impactos e Preocupações
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertou que a nova taxação pode comprometer planos de investimento e negócios em andamento. A CNI enfatizou a necessidade de ações enérgicas para reverter a situação e destacou que a taxação prejudica a previsibilidade de contratos de longo prazo, afetando tanto fábricas brasileiras quanto plantas nos EUA.
Os setores afetados buscam soluções urgentes para minimizar os impactos da sobretaxa. As reuniões entre os exportadores e o governo continuam, com a expectativa de que novas estratégias sejam desenvolvidas para enfrentar os desafios impostos pela nova política tarifária dos EUA.


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