China registra crescimento de 5,2% na economia, mas enfrenta desafios contínuos

A economia da China registrou um crescimento de 5,2% no segundo trimestre de 2025, superando as expectativas, mas com sinais de fragilidade emergindo. O aumento do Produto Interno Bruto (PIB) foi ligeiramente acima da projeção de 5,1% feita por analistas, embora tenha desacelerado em relação aos 5,4% do primeiro trimestre. Entre abril e junho, o PIB avançou 1,1%, também superando a expectativa de 0,9%.

Apesar do resultado positivo, a fraca demanda interna e o aumento das tensões comerciais podem impactar o desempenho econômico no restante do ano. A produção industrial cresceu 6,8% em junho, o maior ritmo desde março, mas as vendas no varejo caíram para 4,8%, o menor nível desde o início do ano. Wei Yao, economista do Société Générale, destacou que a sustentabilidade da recuperação do consumo está em dúvida devido à nova fraqueza nos preços dos imóveis e ao esgotamento dos subsídios.

Desafios do Setor Imobiliário

O setor imobiliário continua sendo um dos principais obstáculos para o crescimento. Nos primeiros seis meses de 2025, o investimento na construção civil caiu significativamente, e os preços de novos imóveis em junho apresentaram a maior queda mensal em oito meses. Em resposta, autoridades chinesas prometeram acelerar projetos de renovação urbana e implementar um novo modelo para o mercado imobiliário.

O governo já adotou medidas de estímulo, como aumento dos gastos em infraestrutura e cortes nas taxas de juros. No entanto, investidores aguardam novas diretrizes na reunião do Politburo, marcada para o fim de julho, que deve definir a política econômica para o segundo semestre. As projeções indicam uma trajetória de crescimento mais lenta, com estimativas de 4,5% no terceiro trimestre e 4,0% no quarto.

Expectativas Futuras

A expectativa para o crescimento do PIB em 2025 foi revisada para baixo, agora estimada em 4,6%, abaixo da meta oficial de cerca de 5%. Dan Wang, diretora para a China no Eurasia Group, alertou que o crescimento no terceiro trimestre está em risco sem um estímulo fiscal mais robusto. Tanto consumidores quanto empresas estão adotando uma postura mais cautelosa, enquanto exportadores buscam alternativas de crescimento no exterior.