Moraes considera declarações de Bolsonaro como confissão de crimes e ameaça ao STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou novas medidas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, por crimes como coação e obstrução de investigação. A decisão inclui mandados de busca e apreensão em suas residências, além de restrições de contato com autoridades estrangeiras.

Na decisão, Moraes destacou que ambos praticaram "claros e expressos atos executórios" e fizeram "flagrantes confissões" de crimes, como coação no curso do processo e atentado à soberania. As ações visavam induzir o governo dos Estados Unidos a intervir no STF para extinguir a ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.

A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca na casa de Bolsonaro, em Brasília, e na sede do Partido Liberal (PL). A PF informou que as medidas foram tomadas em cumprimento a uma decisão do STF e que Bolsonaro deverá cumprir recolhimento domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica.

Além disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) já pediu a condenação de Bolsonaro por cinco crimes na ação penal que tramita no STF. As investigações indicam que o ex-presidente e seu filho atuaram junto a autoridades dos EUA para tentar impor sanções contra agentes públicos brasileiros, em razão da AP 2668. A PF apontou que ambos agiram de forma ilícita, buscando submeter o funcionamento do STF a outro Estado.