18 de jul 2025
Brasil define prioridades em suas lutas sociais e políticas
Chanceler brasileiro classifica declarações de Mark Rutte como "disparates" e reafirma busca por paz, sem se submeter a sanções dos EUA.

Presidente Lula e Mark Rutte, secretário-geral da Otan e então primeiro-ministro da Holanda (Foto: Brenno Carvalho)
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O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, gerou polêmica ao sugerir que Brasil, China e Índia deveriam pressionar a Rússia em relação ao conflito na Ucrânia. Os comentários foram considerados "disparates" pelo chanceler brasileiro Mauro Vieira, que reafirmou a posição do Brasil de não se submeter a sanções dos EUA.
Rutte, conhecido por sua relação próxima com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, insinuou que os países mencionados poderiam ser alvo de sanções secundárias caso não atuassem para um cessar-fogo. Vieira destacou que a Otan é uma aliança militar da qual o Brasil não faz parte e que as questões comerciais são tratadas bilateralmente ou na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A reação do governo brasileiro foi cautelosa. Uma fonte diplomática explicou que, em meio a tensões, a decisão foi não responder publicamente a Rutte, priorizando a calma em um momento em que interesses brasileiros estão em jogo, como o tarifaço de Trump. A ala moderada do Itamaraty, da qual Vieira faz parte, prevaleceu na escolha de não escalar a situação.
Relações com a Rússia
O Brasil já manifestou sua preocupação com a escalada do conflito na Ucrânia. Em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a Vladimir Putin, durante visita a Moscou, que buscasse a paz. O Itamaraty também divulgou uma nota expressando preocupação com os ataques à população civil na Ucrânia.
A crítica de Rutte ignora a complexidade das relações comerciais entre Brasil, China e Rússia. Enquanto a União Europeia importou US$ 35 bilhões em mercadorias da Rússia, o Brasil teve um volume de importação inferior a US$ 10 bilhões. Essa disparidade levanta questionamentos sobre a validade das pressões propostas pelo secretário-geral da Otan.
A situação atual reflete um momento delicado nas relações entre a Otan e a Ucrânia, onde há um sentimento de abandono por parte dos ucranianos. As declarações de Rutte podem ter o efeito oposto ao desejado, aprofundando laços entre os países do Brics em vez de isolá-los.
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