16 de jul 2025
Fiéis LGBT encontram harmonia entre a fé católica e a orientação sexual
Pamella Barbosa Silva, uma mulher gay e católica, viveu em conflito por 27 anos devido à sua orientação sexual e à doutrina da Igreja Católica, que condena a homossexualidade. Recentemente, ela e sua noiva, Érika, planejam um casamento civil, refletindo um aumento no acolhimento de católicos LGBT. Pamella, que cresceu em Ceres, Goiás, se encantou pela fé católica aos 10 anos. No entanto, sua escolha a levou a um conflito interno, pois a Renovação Carismática Católica, movimento que ela integrou, é conservadora e condena a homossexualidade. "Ser homossexual era um crime", afirma Pamella, que se via como "suja" e "pecadora" por sua orientação sexual. Durante sua adolescência, Pamella se dedicou a pregações que condenavam a homossexualidade, o que a fez renunciar a relacionamentos e à sua vida amorosa. A situação começou a mudar com a aprovação de bênçãos pastorais pelo papa Francisco, que, segundo o padre jesuíta James Martin, busca acolher aqueles que se sentem excluídos. Embora o Catecismo da Igreja Católica considere a homossexualidade uma "depravação", ele também pede que homossexuais sejam tratados com "respeito, compaixão e delicadeza". A teóloga Suzana Moreira observa que, apesar da linguagem negativa, há uma nuance que permite um acolhimento maior. Pamella e Érika, que se conheceram em um grupo católico, planejam um casamento civil para o próximo ano. "Queremos momentos de oração e a presença de Deus em nosso casamento", diz Pamella. O aumento do acolhimento é visível, com a Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT crescendo e oferecendo suporte a fiéis que buscam conciliar fé e sexualidade. Apesar dos avanços, o matrimônio gay ainda é um tabu na Igreja. Especialistas afirmam que a doutrina católica não deve mudar, mas o acolhimento de homossexuais em algumas paróquias tem aumentado. Pamella, que ainda enfrenta preconceitos, sonha com um dia em que possa ser aceita plenamente na Igreja. ### Linha fina: Pamella e Érika planejam casamento civil, simbolizando a crescente aceitação de católicos LGBT na Igreja Católica.

Gay e católico praticante: como fiéis LGBT conciliam a fé com a orientação sexual (Foto: Getty Images via BBC)
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Pamella Barbosa Silva, uma mulher gay e católica, viveu em conflito por 27 anos devido à sua orientação sexual e à doutrina da Igreja Católica, que condena a homossexualidade. Recentemente, ela e sua noiva, Érika, planejam um casamento civil, refletindo um aumento no acolhimento de católicos LGBT.
Pamella, que cresceu em Ceres, Goiás, se encantou pela fé católica aos 10 anos. No entanto, sua escolha a levou a um conflito interno, pois a Renovação Carismática Católica, movimento que ela integrou, é conservadora e condena a homossexualidade. "Ser homossexual era um crime", afirma Pamella, que se via como "suja" e "pecadora" por sua orientação sexual.
Durante sua adolescência, Pamella se dedicou a pregações que condenavam a homossexualidade, o que a fez renunciar a relacionamentos e à sua vida amorosa. A situação começou a mudar com a aprovação de bênçãos pastorais pelo papa Francisco, que, segundo o padre jesuíta James Martin, busca acolher aqueles que se sentem excluídos.
Embora o Catecismo da Igreja Católica considere a homossexualidade uma "depravação", ele também pede que homossexuais sejam tratados com "respeito, compaixão e delicadeza". A teóloga Suzana Moreira observa que, apesar da linguagem negativa, há uma nuance que permite um acolhimento maior.
Pamella e Érika, que se conheceram em um grupo católico, planejam um casamento civil para o próximo ano. "Queremos momentos de oração e a presença de Deus em nosso casamento", diz Pamella. O aumento do acolhimento é visível, com a Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT crescendo e oferecendo suporte a fiéis que buscam conciliar fé e sexualidade.
Apesar dos avanços, o matrimônio gay ainda é um tabu na Igreja. Especialistas afirmam que a doutrina católica não deve mudar, mas o acolhimento de homossexuais em algumas paróquias tem aumentado. Pamella, que ainda enfrenta preconceitos, sonha com um dia em que possa ser aceita plenamente na Igreja.
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