16 de jul 2025
Brasil deve reconsiderar sua participação no Brics e buscar novas alianças
Brasil deve reavaliar sua participação no Brics, diante da crescente influência da China e da dispersão da agenda externa. A permanência no bloco pode ser um custo desnecessário.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante plenária da cúpula do Brics, no Rio de Janeiro (Foto: Pablo PORCIUNCULA / AFP)
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O Brasil enfrenta um dilema sobre sua permanência no Brics, bloco que inclui países como China e Rússia. Analistas sugerem que a participação brasileira pode ter se tornado um custo diplomático, com benefícios questionáveis. A crescente influência da China e a dispersão da agenda externa do Brasil são pontos críticos.
A política externa brasileira tem sinalizado uma perda de foco estratégico. O Brics, que começou como uma aliança entre emergentes, agora se transforma em uma plataforma que favorece os interesses chineses. A China tem pautado os temas do bloco, enquanto o Brasil se torna um coadjuvante, sem voz ativa nas decisões. A Rússia, por sua vez, utiliza o Brics como um escudo diplomático, tentando melhorar sua imagem internacional.
A ampliação do bloco com a entrada de países como Irã e Egito também gerou preocupações. O Brics perdeu coerência e se afastou de seus objetivos originais. O Brasil, que historicamente defendeu a democracia e o multilateralismo, agora se vê alinhado a regimes que vão na direção oposta. A retórica de Lula sobre o Brics como herdeiro do movimento dos não alinhados contrasta com a realidade das relações internacionais.
A relação do Brasil com a China, seu principal parceiro comercial, pode ser mantida fora do Brics. O país pode dialogar com o Sul Global de maneira produtiva, sem se vincular a um bloco que se mostra disfuncional. A permanência no Brics pode ser vista como um custo desnecessário, especialmente em um momento em que a aprovação do governo Lula está em queda. Muitos brasileiros não se identificam com alianças que afastam o país de parceiros estratégicos.
A política externa brasileira precisa de foco e realismo. O Brasil possui autoridade na agenda climática, e iniciativas como a redução do desmatamento e a realização da COP30 em Belém podem oferecer uma plataforma de influência mais sólida. A continuidade no Brics, portanto, parece cada vez mais uma ilusão cara.
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