Pequim ajusta sua influência global com novas estratégias políticas e econômicas

Duas hipóteses emergem sobre a ausência de Xi Jinping na cúpula do Brics no Rio de Janeiro. A primeira sugere um declínio momentâneo do bloco nas prioridades da diplomacia chinesa, enquanto a segunda levanta questões sobre o enfraquecimento do próprio líder. Desde 2012, Xi tem consolidado seu poder, afastando-se da tradição de liderança coletiva.

Recentemente, a queda de altos oficiais militares e rumores sobre sua influência têm gerado debates sobre sua estabilidade. O almirante Miao Hua, do Comitê Militar Central, foi o último a ser demitido, em meio a uma onda de expurgos que inclui dois ministros da Defesa e o chanceler. Essas demissões, frequentemente associadas a corrupção, levantam questões sobre a força de Xi.

Analistas observam que, apesar das demissões, Xi continua cercado por aliados leais, especialmente nas Forças Armadas. Um estudo do China Media Project indica que sua presença na mídia estatal permanece forte, contradizendo rumores de um possível declínio. A percepção de estabilidade no governo chinês é questionada, especialmente em um contexto de crise de confiança pós-Covid.

A ausência de Xi na cúpula do Brics pode ser vista como uma reavaliação das prioridades diplomáticas da China. Contudo, a dança de cadeiras no alto escalão militar sugere que, mesmo em meio a especulações, a liderança de Xi ainda se mantém firme, embora não esteja isenta de desafios.